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O Programa Café e Saúde tem como Coordenador Científico o Prof. Dr. Darcy Roberto Lima. Ph.D em Medicina pela Universidade de Londres, este médico, escritor e professor do Instituto de Neurologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Diretor Associado de Pesquisas, ICS, Vanderbilt University, TN, USA, dedica-se a pesquisar os efeitos do café na saúde humana há mais de 20 anos.
CAFÉ E COMPOSIÇÃO QUÍMICA: |
O café não é só cafeína |
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A maioria das pessoas que toma café diariamente ignora quais são as substâncias que estão presentes no café e pensa que o café contém apenas ou principalmente cafeína. Grande engano.
O café possui apenas 1 a 2,5 % de cafeína e diversas outras substâncias em maior quantidade. E estas outras substâncias podem até ser mais importantes do que a cafeína para o organismo humano.
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O grão de café (café verde) possui além de uma grande variedade de minerais como potássio (K), magnésio (Mg), cálcio (Ca), sódio (Na), ferro (Fe), manganês (Mn), rubídio (Rb), zinco (Zn), Cobre (Cu), estrôncio (Sr), cromo (Cr), vanádio (V), bário (Ba), níquel (Ni), cobalto (Co), chumbo (Pb), molibdênio (Mo), titânio (Ti) e cádmio (Cd); aminoácidos como alanina, arginina, asparagina, cisteína, ácido glutâmico, glicina, histidina, isoleucina, lisina,metionina, fenilalanina, prolina, serina, treonina, tirosina, valina; lipídeos como triglicerídeos e ácidos graxos livres , açúcares como sucrose, glicose, frutose, arabinose, galactose, maltose e polissacarídeos. Adicionalmente o café também possui uma vitamina do complexo B, a niacina (vitamina B3 , PP ou "Pelagra Preventing" do inglês) e, em maior quantidade que todos os demais componentes, os ácidos clorogênicos, na proporção de 7 a 10%, isto é, 3 a 5 vezes mais que a cafeína. |
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A primeira coisa que cada ser humano faz ao nascer é se tornar dependente químico. Ao respirar pela primeira vez o recém nascido torna-se dependente do oxigênio para todas as atividades bioquímicas de seu organismo. A seguir torna-se dependente químico do mais nobre dos alimentos: o leite materno. Por isto podemos ser dependentes de coisas saudáveis, como água, leite, café e exercícios (hábitos saudáveis) ou dependentes químicos de substâncias que prejudicam a saúde (vício), como o tabaco, álcool e drogas ilegais. |
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Mas uma criança é a maior riqueza da natureza e a coisa mais bela de qualquer ambiente. Enquanto que o preconceito contra o café faz com que as crianças tomem pouco ou mesmo não tomem café diariamente, puro ou com leite, o mesmo não acontece com outras bebidas. Na atualidade tomar refrigerantes ou sucos artificiais para saciar a sede é um hábito diário de quase todas as crianças, em lugar de um simples copo de água. E estudos recentes feitos por médicos ingleses detectaram que o consumo exagerado de refrigerantes por adolescentes não apenas ajuda a destruir os dentes, mas pode provocar problemas de comportamento e afetar o crescimento. E cerca de 1/3 das crianças americanas são obesas graças ao consumo de bebidas e alimentos artificiais, incluindo refrigerantes. E ao mesmo tempo, as crianças são erroneamente educadas de que o consumo de café pode ser prejudicial para a saúde. Pois o café pode ajudar as crianças, adolescentes e jovens nas escolas. O consumo moderado e diário de café, ao estimular o sistema de vigília, atenção e concentração, pode ajudar no aprendizado escolar. E para tal basta que o café seja tomado pela manhã - com ou sem leite - e na merenda escolar, depois do café da manhã, seguindo-se um café no lanche da tarde. A humanidade escolheu o café como bebida diurna porque ele estimula o sistema de vigília do cérebro humano, mantendo-o mais acordado. O consumo diário e moderado de café torna o cérebro mais atento e capaz de suas atividades intelectuais, diminui a incidência de apatia e depressão e estimula a memória, atenção e concentração, melhorando a atividade intelectual normal. |
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CAFÉ E ATLETAS |
Café, uma bebida natural, é a mais saudável para atletas |
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Corredores de maratona e atletas de outras formas de exercício intenso aumentam os níveis de endorfina no cérebro, criando uma forma de auto-gratificação interna ( "self-reward"). Isto faz com que o atleta treinado siga adiante ao atingir um ponto máximo de cansaço, que leva todas as pessoas sem treinamento a pararem por fadiga. Caso os atletas tomassem café diariamente durante os treinos, na dose mínima de 4 xícaras, é possível imaginar que os ácidos clorogênicos/ quinídeeos do café bloqueariam os receptores que são estimulados pelas endorfinas, peptídeos opióides cerebrais. |
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Isto faria com que os neurônios do cérebro aumentassem sua descarga de endorfinas para trazer o estímulo necessário para o atleta prosseguir, atingindo a auto-gratificação num nível mais alto. Atletas assim treinados, teriam um cérebro trabalhando contra uma resistência a auto-gratificação. E quando esta resistência fosse retirada, certamente este cérebro estaria com uma maior capacidade de produzir a auto-gratificação. Deste forma, atletas treinados consumindo diariamente café, caso parassem de tomá-lo na véspera e nos dias de competição, poderiam ter sua performance aumentada de forma significativa, sem qualquer tipo de "doping ". Apenas aumentando, além da capacidade dos músculos, a capacidade do cérebro de prosseguir mais além. |
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CAFÉ EM EXCESSO |
Café e cafeína não possuem riscos em doses moderadas |
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Tudo em excesso pode fazer mal. As críticas ao consumo de cafeína em quantidades moderadas são total e completamente infundadas, mas ainda arraigadas ao limitado conhecimento de pessoas desinformadas.
Em quantidades moderadas - o equivalente a 400-500 mg/dia - dose de até 4 xícaras - a cafeína não é prejudicial a saúde humana, desde a gestação até o final da vida.
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A administração aguda de cafeína causa um aumento modesto da pressão sangüínea arterial, dos níveis de catecolaminas, da atividade de renina plasmática, dos níveis de ácidos graxos livres, da produção de urina e da secreção gástrica. Ela altera o espectro eletroencefalográfico, o humor e o padrão do sono em voluntários normais. O consumo crônico de cafeína não possui efeitos na pressão sangüínea, nos níveis plasmáticos de catecolaminas, na atividade de renina plasmática, na concentração de colesterol no soro, nos níveis de glicose no sangue ou na produção de urina. A cafeína não está associada com o infarto do miocárdio, nem com o câncer do trato genitourinário inferior ou do pâncreas; com teratogenicidade ou doença fibrocística da mama. O papel da cafeína na produção de arritmias cardíacas ou de úlcera gástrica ou duodenal em pessoas normais também não foi confirmado, não havendo evidências de que a cafeína seja prejudicial ao ser humano sadio. Apesar do consumo de café e chá ser antigo, as pesquisas que avaliam os efeitos do café no homem são recentes. Cerca de uma centena de produtos químicos foi identificada no café, sendo algumas, como o ácido clorogênico, até mais abundantes que a cafeína. A cafeína é o elemento do café mais estudado até o momento e o principal responsável pelas propriedades estimulantes que deram a popularidade à bebida. Mas seu consumo moderado não é prejudicial ao organismo. |
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CAFÉ E CORAÇÃO |
Ao contrário do que se pensava, o consumo moderado de café pode fazer bem ao coração |
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A depressão é um fator independente de risco cardiovascular para homens e estudos modernos avaliam o papel protetor de medicamentos antidepressivos e hábitos alimentares. O consumo diário de doses moderadas (três a quatro xícaras ao dia) de café torrado adequadamente (café funcional nutracêutico) pode ser benéfico na prevenção da depressão/DCV por conter, em quantidades superiores às de cafeína (1-2%), compostos quinídeos derivados dos ácidos clorogênicos (2-4%) com ação antioxidante, além de potente ação antagonista opióide (tipo naltrexona) e efeito inibidor da recaptação de adenosina. |
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No passado um grande número de cardiologistas julgava que o café possuía apenas cafeína, desconhecendo que a bebida contém também maiores quantidades de sais minerais (2-4%), ácidos clorogênicos e quinídeos (2-4%), niacina ou vitamina PP (1%) além da cafeína (1-2%) e centenas de óleos voláteis responsáveis pelo aroma e sabor da bebida, característicos de cada região produtora e dos blends dos fabricantes. Na atualidade evidências científicas permitem classificar o café como uma planta funcional nutracêutica. E novos estudos estão em andamento para avaliar o possível benefício de seu consumo na prevenção da depressão, tabagismo, alcoolismo e mesmo infarto do miocárdio. Por esse motivo o médico deve mudar seu preconceito em relação ao café, o qual considera possuir apenas cafeína, mas reconhecer que talvez possa até ser recomendado a seus pacientes (além do consumo próprio) desde que em quantidades moderadas (3-4 xícaras diárias). |
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CAFÉ E DIABETES |
Estudos modernos mostram que o consumo regular de café protege contra o surgimento da diabetes do adulto |
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O diabetes tipo II ou insulino-independente (tipo adulto) tem início na maturidade, geralmente após os 40 anos, e os pacientes são em sua maioria obesos e a evolução é lenta. O diabetes do tipo 2 é responsável por 90% dos casos.
Há um componente genético importante e, embora a função das células beta do pâncreas esteja diminuída, persiste uma certa capacidade de secreção de insulina, havendo maior resistência ao desenvolvimento de cetose.
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Os sintomas mais freqüentes são poliúria (diurese abundante), polidipsia (sede intensa) e emagrecimento e as complicações mais comuns são retinopatia e nefropatia, todas passíveis de controle pelo acompanhamento rigoroso da glicemia. Estudos recentes sugerem que o consumo diário de até 6 xícaras de café pode prevenir o surgimento do diabetes tipo II, não devido a cafeína mas talvez devido aos ácidos clorogênicos, seus metabólitos ou aos minerais como o magnésio, dentre inúmeras outras substâncias ainda a serem estudadas no café, que não é só cafeína, abrindo uma nova área de pesquisa sobre o papel protetor do consumo de café. |
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CAFÉ, CÁLCIO E OSTEOPOROSE |
O consumo moderado de café não interfere na absorção do cálcio e não causa osteoporose |
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Um conceito errado entre muitos profissionais de saúde, como nutricionistas, é o de que a cafeína interfere na absorção do cálcio, diminuindo-a, podendo assim causa osteoporose. Trata-se de algo totalmente infundado. A cafeína não atua como um quelante do cálcio, como o antibiótico tetraciclina, que impede a absorção de cálcio. O cálcio tem seu metabolismo rigorosamente controlado por uma série de hormônios e vitamina (vitamina D), de forma que dos 1.200 mg que ingerimos diariamente, apenas 300 mg são absorvidos. Caso precisemos de mais cálcio, o intestino apenas aumenta sua absorção. |
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O consumo moderado de cafeína não causa osteoporose em idosos nem aumenta o risco de fraturas. Denúncias iniciais levantaram a suspeita de que o consumo de cafeína pudesse ser responsável por uma maior incidência de osteoporose e fraturas em idosos, mas diversas pesquisas modernas esclareceram esta dúvida inicial. O risco de fratura do quadril apresenta uma modesta relação com o consumo de doses elevadas de cafeína, superiores a cinco xícaras diárias (acima de 700 mg de cafeína por dia) em alguns estudos enquanto que outros concluem que não existe relação entre o consumo de cálcio, leite, fósforo, proteínas, vitamina C e cafeína e fraturas do quadril. Também concluem que exercícios recreacionais na infância e adolescência parecem ajudar a proteger contra este tipo de fratura. A menopausa esta associada a uma diminuição da densidade óssea e osteoporose, que pode ser agravada pelo tabagismo, pois este diminui a absorção de cálcio. O consumo moderado de cafeína não possui relação com o problema, mas o consumo exagerado de cafeína deve ser evitado por pessoas idosas e mulheres na menopausa, isto é, de doses acima de 500 mg diários de cafeína pode influir na ocorrência de osteoporose, mas apenas nas mulheres que consomem uma quantidade inferior a 800 mg de cálcio na dieta . A falta de consumo diário de leite pode estar relacionada a uma maior incidência de osteoporose em idosos, algo que pode até ser prevenido com duas a três xícaras diárias de café com leite. |
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CAFÉ, DEPRESSÃO E SUICÍDIO |
Pesquisas modernas mostram que o consumo de café pode diminuir o risco de depressão e suicídio |
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A depressão mental é uma resposta completamente normal do cérebro humano a situação e adaptação social do indivíduo. Apenas a resposta depressiva tende a integrar o indivíduo numa sociedade, a valorizá-la e nela adaptar-se. O sintoma depressivo é uma forma de reação altamente evoluída do cérebro humano na escala animal e serve para proteger o excesso de individualismo do homem, que pode prejudicar sua integração na sociedade. Também serve para evitar que o indivíduo quebre normas estabelecidas. |
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Todo ser humano apresenta periodicamente depressão mental, dentro de uma resposta normal do cérebro. Apenas quando ela aparece sem uma causa desencadeante ou permanece por tempo e intensidade demasiados, o indivíduo pode necessitar de ajuda. Tristeza, angústia, medo, saudade e sofrimento são formas atenuadas de depressão e demonstram a reação do indivíduo na sua adaptação familiar e social, representando reações sadias do convívio humano. Cerca de 20 % da população adulta apresentam durante sua vida episódios depressivos com manifestações clinicas significativas que precisam ser controlados com um tratamento especializado com medicamentos. A depressão, como a ansiedade, pode ser a manifestação final de fatores genéticos, problemas de desenvolvimento (distúrbios da personalidade), traumas de infância ou de problemas psicossociais (divórcio, desemprego ). A depressão pode ser um fenômeno reacional, normal, podendo também ser parte de uma doença depressiva que requer tratamento médico especifico e eficaz. Em situações de grande tristeza as mulheres ativam uma área do cérebro oito vezes maior que o homem. Esta hiperatividade é seguida por um período de depressão, razão pela qual as mulheres são mais suscetíveis a sofrerem de depressão. Há uma relação entre a depressão e a auto-estima (amor próprio), sendo que a depressão normal esta relacionada positivamente com a auto-estima, isto é, uma depressão discreta aumenta com a auto-estima - , mas caso a depressão se torne exagerada e anormal, a auto-estima começa a diminuir até atingir um nível zero, onde o risco de suicídio é grande, pela perda total do amor-próprio, levando o indivíduo ao suicídio. Diversas pesquisas epidemiológicas no Brasil e Estados entre jovens, adultos e mulheres comprovaram que o consumo diário e moderado de café diminui o risco de depressão e suicídio. |
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Fonte: Publica e Autorizada
https://www.abic.com.br
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